Documente bem as obras em casa
Quando fazemos obras em casa temos muito em que pensar, começando com os orçamentos, o empreiteiro a escolher, os materiais a utilizar e como organizar a vida da família para minimizar o desconforto gerado.
Por vezes, as obras são feitas com o único intuito de melhorar a habitação sem pensar, por exemplo, que um dia a casa poderá vir a ser para vender.
Imagine, por um momento, que daqui a uns tempos estará a vender a casa. Como pensa mostrar ao agente imobiliário e aos interessados a obra que foi feita?
Uma obra tem sempre uma parte visível e uma outra que fica fora da vista. O que não está visível não precisa de ser bonito, mas precisa de estar bem feito. Acima de tudo, precisa de ser comprovável. Se mudou a canalização, poderá simplesmente declarar que o fez, no entanto o interessado irá sempre ficar com um certo grau de incerteza relativamente ao assunto, o que pode, na prática, dificultar a venda.
A compra de um apartamento é um assunto que os compradores levam muito a sério. Há muito receio envolvido quando o comprador pretende fechar negócio com o proprietário. O maior inimigo da transação é a incerteza.
Se fez a colocação de isolamento nas paredes, no chão, por cima do tecto falso ou no telhado, se não tiver fotos credíveis de que o fez, o perito de certificação energética não terá objectivamente possibilidade de saber se o isolamento foi colocado, ou não. Como resultado, a sua casa poderá ficar uma letra ou duas abaixo, o que é também prejudicial para o processo de venda.
Por estas razões, a nossa sugestão é que ao longo da obra vá fazendo uma boa reportagem fotográfica, mostrando sucessivamente o “antes” e o “depois” de cada parte da obra.
Se conseguir mostrar ao futuro interessado onde passam os canos da água, do gás ou dá electricidade, estará a oferecer bastante valor, o que se poderá reflectir numa maior fluidez do processo de venda. Implicitamente estará também a passar a imagem de que a sua casa é um produto imobiliário de excepção e muito bem cuidado ao longo do tempo.
Guarde todas as facturas relativas aos materiais usados. Assim, poderá mostrar a qualquer eventual futuro interessado o que comprou e o que gastou, com o benefício acrescido de eventualmente poder vir a utilizar todas essas despesas para abater no cálculo do Imposto Sobre Mais-Valias.
Se mandou fazer obras recentemente mas não fez nada disto que está escrito acima, talvez ainda vá a tempo de documentar algumas destas coisas, quiçá, pedindo ao seu contabilista uma cópia das facturas, ou pedindo ao empreiteiro para lhe dar uma cópia das facturas das compras dos materiais que ele fez, explicando o fim que tem em mente.
As referências dos materiais que se encontram à venda hoje (modelo, referência, código, etc.), tendem a não estar disponíveis passados alguns anos, ou por vezes, meses. Mesmo assim, ter essas referências à mão anos depois pode ser muito útil. Muitas vezes, os fabricantes dispõem de algum stock antigo, ou produtos equivalentes (ou compatíveis) que podem servir para uma reparação, por exemplo. Torna-se assim aconselhável guardar qualquer literatura que normalmente acompanha os materiais usados nas remodelações.
Como boa prática, a nossa recomendação é que recolha todas as informações e ficheiros e os guarde numa pasta do seu computador, preferencialmente como uma sub-pasta daquela onde guarda todos os documentos da sua casa.
Esta é uma ideia bastante simples e mais ou menos óbvia, mas muito pouco utilizada, de acordo com a nossa experiência.
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